Texto: Rodrigo Buoro
A obesidade é uma doença multifatorial e um problema de saúde pública mundial, atingindo pessoas de todas as classes econômicas e faixas etárias. Caracterizada por ganho de peso excessivo e acúmulo de gordura corporal acima da faixa normal, a obesidade é um fator predisponente para outras doenças, tais como dificuldades respiratórias, distúrbios de locomoção, problemas dermatológicos e psicológicos, doenças como dislipidemias, cardiovasculares, diabetes tipo II e certos tipos de câncer. Além do comprometimento do organismo, a obesidade pode ocasionar abalos emocionais e sociais implicando a diminuição da qualidade de vida e o impacto no bem-estar em geral do indivíduo. Por esses motivos, é necessária a conscientização sobre a importante adoção de um estilo de vida saudável.
Fitoterapia
Recentemente foi publicada a resolução da ANVISA, RDC nº 10 de 09 de março de 2010, que estabelece 66 plantas que poderão ser indicadas sem prescrição médica, desde que atendam os dispositivos desta e de outras legislações pertinentes. Esta resolução apresenta, nos anexos, a monografia das plantas, a forma de preparo, o controle de qualidade, a indicação terapêutica e advertências. Atualmente, a prescrição dos fitoterápicos faz parte da rotina dos terapeutas altamente qualificados, os insumos farmacêuticos da categoria dos fitoterápicos são comercializados nas farmácias de manipulação, em diferentes formas.
O reconhecimento de como a interação dietética com os fitoterápicos é capaz de modificar a expressão genética de um indivíduo, estimular seu desenvolvimento físico e mental, aumentar seu bem-estar e diminuir a susceptibilidade frente às doenças crônicas e outras comorbidades tem grandes implicações sociais – especialmente em casos de patologias de elevada prevalência como doença cardiovascular, obesidade, síndrome metabólica e câncer. Existem ainda alterações positivas nos aspectos fisiológicos e bioquímicos do organismo frente aos princípios ativos das plantas.
O uso das plantas medicinais, conforme as regras impostas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), tem incentivado a melhoria das terapias tradicionais. São reconhecidas como um recurso terapêutico muito útil em programas de saúde primária.
Entretanto, o uso das plantas medicinais sem as devidas orientações deve ser considerado um fator de risco para a saúde da população, sendo necessário um olhar diferenciado por partes dos setores sociais de saúde, visto que há incidência de espécies com registro de toxicidade e contraindicações em sua utilização.
As plantas medicinais são consideradas remédios poderosos e eficazes, o risco de envenenamento causado pelo uso indevido deve sempre ser levado em consideração. A observância das doses prescritas e o cuidado em identificar a necessidade de equipamentos usados pode evitar uma série de acidentes. É importante lembrar que o consumo das ervas deve levar em conta a ética e os produtos prescritos devem ter indicações terapêuticas associadas com o conhecimento – o profissional deve ser cientificamente treinado para adotar esse tipo de conduta.
A fitoterapia oferece formas alternativas às terapias tradicionais, com foco na natureza como um objeto de escolha para melhorar a saúde geral dos pacientes. Vale ressaltar que a atividade tem eficácia e qualidade comprovadas cientificamente pelos órgãos regulamentadores competentes.
*Rodrigo Buoro é consultor funcional e professor universitário. Atua na área da saúde há 13 anos.