Dermatologista explica que o contato com algumas frutas, podem causar a fitofotodermatose, causando queimaduras e manchas de pele. Saiba como evitar
Por: Redação Fotos: Divulgação
Verão combina com praia, piscina, cervejas e sucos bem gelados. Mas no caso de limonadas e laranjadas, é necessário tomar alguns cuidados. Isso porque frutas como o limão, laranja, mexerica, morango e figo são responsáveis, muitas vezes, por levar a um quadro de fitofotodermatose. “Esse é um tipo de dermatose causada pelo contato com frutas cítricas ou extratos das plantas e posterior exposição ao sol. O contato não necessariamente se dá com a planta em si, mas muitas vezes um espinho, uma seiva ou as substâncias presentes nas cascas do limão, da tangerina, da laranja e do figo, por exemplo”, explica a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia. A fitofotodermatose causa manchas e até queimaduras na pele.
De acordo com a médica, a dermatose ocorre nas áreas de contato com essas substâncias e que recebem a irradiação do sol. “Geralmente, elas surgem dentro das 24 horas seguintes, promovendo um processo inflamatório, e caracterizam-se por eritema como uma queimadura, eventualmente, com formação de vesículas e bolhas, dependendo da intensidade da reação. Pode surgir infecção secundária na evolução, mas a característica principal das fitofotodermatoses é a pigmentação, que pode durar várias semanas. As manchas de pele são acastanhadas e a aplicação do limão, por exemplo, sobre a pele pode produzir queimaduras de até 3º grau. Há casos em que mesmo lavando-se as mãos, as manchas aparecem”, alerta a Dra. Claudia.
Posteriormente, segundo a especialista, ocorre um acastanhamento da área, uma hipercromia pós-inflamatória, no qual a pele produz um aumento da produção do pigmento de melanina, que migra para as células mais superficiais, na primeira camada da pele, tentando proteger a região afetada.
Risco de infecção – “Quando ocorre o processo de fitomelanose, de fitofotodermatose, na hora talvez possamos não perceber, e às vezes ocorre já uma sensibilidade, com uma vermelhidão e eritema local, e posteriormente podemos perceber a formação das vesículas, com microbolhas e bolhas grandes. Dependendo de como isso for tratado, há a possibilidade de ter uma infecção secundária por bactérias da própria flora da pele; por isso é importante buscar ajuda imediata”, afirma a médica. Se o dermatologista não estiver disponível em um primeiro momento, a especialista sugere buscar ajuda em um centro de referência, pronto socorro ou hospital e depois buscar um tratamento eficaz para a sequela da fitofotodermatose.
Como tratar – “Em um primeiro momento quando ocorre o processo, a gente pede para lavar muito bem com água e sabão de pH neutro, usar água termal na sequência também ajuda bastante. Os cremes à base de pró-Vitamina B5 ou ácido pantotênico fazem uma oclusão, que ajuda a restabelecer a barreira da pele. Em relação às roupas, para não piorar o processo, elas devem principalmente ser de material 100% natural como o algodão e que protejam a região da exposição ao sol. E, claro que quando o dermatologista faz a análise, se necessário ele vai entrar com anti-inflamatório por via oral com analgésicos e até com antibióticos”, afirma. Do ponto de vista local, para tratar as bolhas, é recomendado o uso de pomadas à base de antibióticos locais e muita hidratação. “Se for um quadro que não houve uma queimadura de segundo grau, de terceiro grau, se é um quadro que apenas apresenta um eritema difuso, um vermelho difuso com microvesículas e sensação de sensibilidade e ardência, eu indico lavar abundantemente a área, fazer uso da água termal em torno de 3 a 4 vezes ao dia, hidratantes fisiológicos à base de Fosfolipídeos, de ceramidas, de vitamina E, de manteiga de Karitê, de ácido pantotênico, para recuperar e regenerar, ajudar no processo cicatricial e o uso de protetor solar com filtro físico, nunca químico, para proteger a área lesionada. E, além disso, a roupa que acaba sendo mais uma forma eficaz de proteção”, afirma.
Quanto ao desaparecimento das manchas, a médica conta que isso ocorre de forma espontânea e gradativa, desde que a pele seja protegida da exposição ao sol, com filtros solares potentes e que contenham bloqueio físico, como óxido de zinco e dióxido de titânio. “Alguns ativos despigmentantes podem ser utilizados para acelerar o processo. As reações mais intensas podem exigir o uso de medicamentos para seu controle, que devem ser indicados por um dermatologista”, afirma.
Como evitar – Para evitar a fitofotodermatose, a médica ressalta que é muito importante nos dias de verão tomar cuidado com o manuseio de frutas cítricas (como limão, tangerina, laranja, mexerica, morango e figo), cenoura, arruda, aipo, salsinha, coentro, erva-doce, já que todos esses alimentos liberam substâncias que podem manchar e queimar a pele, após exposição solar.
Passeio no campo, fazenda e sítios também deve ser motivo de atenção, no contato com plantas e vegetais através da seiva, casca e espinhos. “Todas as vezes que manusear qualquer uma dessas substâncias, em especial as frutas cítricas, é necessário lavar não só com água, mas com água e sabão, tendo a certeza que todos os resíduos foram retirados. Deve-se tomar cuidado porque algumas vezes há alguns respingos em braços, abdômen, rosto e isso pode gerar queimaduras. E posteriormente a aplicação ou reaplicação dos filtros solares físicos para proteger essa pele”, finaliza.
Fonte: Dra. Claudia Marçal