PESO FORA DO “PADRÃO” OLIMPÍADAS

 

Estamos acostumados com um padrão de magreza excessivo por parte de modelos e atrizes. Nas Olimpíadas o que assistimos foi diferente, apesar de termos corpos esbeltos e musculosos, vimos também atletas com sobrepeso. Teresa Almeida, goleira da Seleção de Angola e Robel Kiros Habte, nadador da Etiópia, foram os nomes que se destacaram e que fugiram à regra do peso ideal.

Ela com seu 1.70m e 98 kg, ele com 1.76m, garantindo pesar 81 kg, tinham em comum o robel físico fora do “padrão” para a modalidade em que competiam. E que maravilha isso, não? Em uma era em que quebrar tabus é palavra de ordem, os modelos plus size ganharam espaço para acabar com o padrão de magreza. Mostrar que não é o peso que delimita a capacidade de nenhuma pessoa foi uma grande demonstração de sucesso desses atletas.

A nutricionista comportamental, Patrícia Cruz, do Departamento de Nutrição da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO), acredita que o problema não está no peso de cada indivíduo e sim em impor uma imagem corporal ideal ou um número de manequim, principalmente às mulheres. “O tamanho plus size é uma necessidade nesse mundo gordofóbico. É justo que pessoas acima do peso ou obesas possam se vestir e escolher suas roupas tanto quanto pessoas magras”, ressalta Patrícia.

Tamanho plus size

Plus size é uma expressão norte-americana e faz referência àqueles que usam tamanhos grandes. Isto é, pessoas que vestem um tamanho maior de roupas do que os usuais propostos pela indústria da moda.

Peso x Saúde

Segundo Patrícia Cruz, obesidade é uma doença crônica em que o indivíduo acima do peso apresenta um quadro clínico crônico. No entanto, a nutricionista afirma que alguns estudos sugerem que é possível alguns obesos serem metabolicamente saudáveis. Nesse caso, eles não apresentam alterações na glicemia, no colesterol ou na hipertensão arterial. Para Patrícia, o excesso de peso traz várias comorbidades (coexistência de transtornos ou doenças) como osteoarticulares, colunopatia, dores nas articulações, entre outras. Além disso, há ainda a pressão social que a obesidade causa e que, muitas vezes, pode levar a quadros depressivos. Por isso, nesses casos, é preciso tratar da redução de peso, pois a obesidade se torna um sinônimo de não ser saudável.

 

A dificuldade em reduzir peso

A obesidade é de causa multifatorial, há influência da genética, de fatores emocionais e do estilo de vida (alimentação e prática de atividade física). Patrícia Cruz afirma que algumas pessoas comem pequenos volumes, pensando somente no valor calórico e não se preocupam com a qualidade da dieta. Nesse caso, a dieta se torna insatisfatória para redução de peso. “Muitas vezes a redução do consumo calórico não é suficiente, é preciso aumentar o gasto por meio da prática regular de atividade física”, explica a nutricionista. No entanto, há doenças genéticas que também dificultam a redução ponderal.

Erros cometidos ao tentar reduzir peso:

– Acreditar que dietas milagrosas existem;

– Não procurar ajuda de especialistas;

– Começar um “regime”, sendo que o ideal é fazer um plano alimentar compatível com a rotina diária;

– Estabelecer um peso ideal incompatível com sua forma física.

Foto 1: ERIC FEFERBERG/AFP

Foto 2: NBC OLYMPICS

 

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