PAIXÃO OU CARÊNCIA?

Sentimentos confusos

Misturar os sentimentos pode afetar a autoestima e o bem-estar

 Por: Letícia Ferreira      Foto: Shutterstock.com

Ouvimos e lemos muitas coisas sobre relacionamento abusivo, ou relacionamentos fadados ao fim que continuam sendo vividos, e nem sempre entendemos o porquê! Diversos fatores podem acarretar isso, temos que admitir, que a maioria deles, é relacionado a como nos vemos e nos amamos.

A primeira pergunta a se fazer é: Será que isso é mesmo amor? Para Carla Zeglio e Oswaldo M. Rodrigues Jr., psicólogos e especialistas em casais e sexualidade, não. Quem se submete a um relacionamento ruim confunde paixão com carência. “Geralmente são pessoas que idealizaram o amor enquanto paixão e temem ficar sozinhas, e por isso não se gostam, tem baixa autoestima. Elas não conseguem enxergar que o amor não requer viver em punição, em sofrimento, que é para a gente ser feliz e trocar esse sentimento com o outro”, conta Carla.

O segundo questionamento para fazermos e refletirmos é: Qual a função deste relacionamento na minha vida? Algumas pessoas mantêm relacionamentos ruins para evitar mal-estares, inclusive o de ficar solitária. E o grande perigo desta confusão ocorre justamente pela “cegueira”.

Oswaldo lembra que a carência não percebida ou não assumida é, inclusive, um dos principais motivos pelos quais muitos indivíduos se submetem a relacionamentos abusivos e têm dificuldade de sair do ciclo de agressões, violência e humilhações que ocorrem neste tipo de relação. “Aqui a pessoa tenta evitar algo que considera pior do que o que está vivendo, diferente de viver algo que traga a satisfação de necessidades, o bem estar, o amor!”, completa.

Como podemos perceber com essas duas perguntas, o modo como nos vemos, interfere diretamente na nossa relação com as pessoas. “Quem não ama a si próprio não consegue entender que pode ficar bem na própria companhia e teme a solidão. Não admite que seu sentimento seja carência e encontra desculpas para cada reação explosiva do(a) companheiro(a)”, diz Oswaldo.

Uma opção para ajudar a distinguir os sentimentos e aumentar a autoestima, é a psicoterapia.  “É preciso aprender a viver bem sozinho (a) para poder aprender a viver bem com o outro. Enquanto isso não ocorrer, a pessoa vai trocando de relação sem nunca encontrar a verdadeira felicidade e amor”, orienta Carla.

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