ESTOU GRÁVIDA: SEM ‘ZIKA’!

Texto: Camilla Lóes

Fotos: Istockphoto.com

O momento mais importante da vida de uma mulher é a maternidade. E com essa fase, diversas dúvidas e medos aparecem. Possíveis doenças durante o período gestacional é o que mais preocupam os casais.

O vírus zika tem sido uma grande preocupação dos papais e mamães brasileiros. Isso porque  desde que foi identificada sua relação com a microcefalia, e todos os riscos envolvidos, não sabemos de fato como proceder diante de um diagnóstico positivo do vírus. Pensando nisso e com o intuito de amenizar essa situação de alarmismo, a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) acaba de lançar a campanha “Gravidez em tempos de zika” em todo o país. O objetivo é conscientizar a população sobre o entendimento atual das complicações do vírus.

De acordo com o último relatório divulgado pelo Ministério da Saúde, de 2015 a julho deste ano, foram confirmados, no Brasil, 1749 casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso com suspeita de serem causadas por infecção congênita. Desse total, 272 tiveram confirmação laboratorial de estarem relacionados ao zika, mas mantém-se a suspeita de que a maioria das mães cujos bebês foram diagnosticados com microcefalia teve contato com o vírus.

Apesar dos riscos da doença, é possível engravidar com segurança nesses “tempos de zika”. De acordo com o médico Selmo Geber, professor titular da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especialista em reprodução humana, as chances de um bebê nascer com microcefalia por causa do zika variam de 1% a 13%, de acordo com o local de residência. “Estar bem informado é a melhor forma de prevenção. Certamente, o zika ainda precisa ser mais estudado, mas já contamos com métodos que ajudam a evitar a infecção”, explica.

Sabe-se atualmente que o zika é transmitido pela picada do mosquito Aedes Aegypti infectado, pela transfusão de sangue e por meio de relação sexual desprotegida. Além disso, está confirmada a sua transmissão por via transplacentária, isto é, da mãe para o feto. No caso dos mosquitos, a melhor forma de se prevenir é evitando a picada, ficando atento a áreas de risco e usando roupas longas e repelentes indicados pelo médico especialista.

Homens também podem ser infectados e transmitir o zika para a parceira. Alguns estudos mostram que o vírus pode permanecer no sêmen por tempo maior que no sangue, logo, é importante que eles também tenham cuidado e realizem exames preventivos. Geralmente, o próprio organismo se encarrega de eliminar o zika, o que significa que, em boa parte dos casos, o sonho da gravidez pode ser simplesmente uma questão de esperar um pouco mais.

Congresso

A campanha “Gravidez em tempos de zika” será lançada oficialmente no 20º Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida, entre os dias 14 e 17 de setembro, em Belo Horizonte. Organizado pela SBRA, o evento reúne renomados especialistas nacionais e estrangeiros para discutir os principais tópicos em medicina reprodutiva contemporânea.

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