DIETA CETOGÊNICA: QUEIMA TOTAL!

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Texto: Redação
Fotos: Divulgação

A Dieta Cetogênica repercutiu na mídia recentemente, quando o cantor sertanejo Luciano surpreendeu o público ao aparecer em cena com uma silhueta muito mais longilínea e elegante. Não demorou para que todos começassem a se perguntar que dieta “milagrosa” era aquela – seria o “melhor” e mais “revolucionário” método para perder os indesejáveis quilinhos extras?

Para entender o princípio da famosa “Dieta Cetogênica”, a revista Bem Mulher conversou com a endocrinologista Dra. Paula Pires, da Clinica Essenza. Segundo a Dra. Paula, trata-se de um método com restrição de calorias e carboidratos que, na prática, não chega a ser uma “grande novidade”.

“Qualquer dieta que reduza o carboidrato pode se tornar uma Dieta Cetogênica”, diz a especialista. “Por exemplo, a Dieta Dukan é uma ‘Dieta Cetôgenica’, embora a quantidade de gordura saturada seja muito alta e não seja preciso o seguimento médico obrigatório: basta ler um livro e segui-la.”

Mas a endocrinologista enfatiza: não se trata de “mais uma” entre tantas outras “dietas da moda”. Afinal, esta aqui é prescrita por médicos e conta com todos os nutrientes e vitaminas essenciais. E as quantidades de gordura e proteína não ultrapassam os níveis recomendados para a boa saúde.

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“Não é uma delícia”

“Certas dietas, pobres em carboidratos e com poucas calorias – em Inglês, chamadas de ‘very low calorie diet’, ou seja, ‘dietas de calorias muito baixas’ (menos de 800 por dia) –, aumentam a queima de gordura livre, levando a uma produção, pelo fígado, de alguns ácidos: beta hidroxibutirato e acetoacetato, que também podem ser chamados de corpos cetônicos ou cetonas”, esclarece a Dra. Paula. “Este processo ocorre porque o corpo se encontra com pouco carboidrato vindo da dieta, ou seja, pouca glicose, que é a nossa fonte principal de energia. E, como mecanismo de defesa, ele acaba encontrando fontes alternativas de energia, como a própria gordura do corpo. Ou seja: ao queimar a gordura do próprio corpo, este entra no processo de Cetose. E é exatamente essa ‘Cetose’ que melhora a saciedade e reduz o apetite, segundo alguns estudos.”

As refeições, nesta dieta, têm proteínas de alto valor biológico. “Cada refeição contém 15g de proteína, 4g de carboidratos e 3g de gordura, com aproximadamente 100 calorias por refeição (as quais vêm em envelopes e que podem virar panquecas, bolinhos, shakes etc.)”, prossegue a especialista. “Mas não se engane: não é uma delícia! Costumo dizer aos meus pacientes que é dificílimo, que a pessoa deve estar psicologicamente preparada e sem muitas tentações nos próximos meses (festas, casamentos, viagens etc.). E que é ‘remédio em forma de comida’, ou ‘comida de astronauta’! Associados aos envelopes, estão liberados legumes de baixo índice glicêmico e uma porção de azeite de oliva.”

A Fase Ativa da dieta (a de Cetose) contém, no máximo, 800 calorias. É nela que se dá a maior perda de peso (os pacientes chegam a se livrar de aproximadamente 80% do peso que almejavam perder ainda nesta etapa). Ela se divide em três fases:

  1. Cinco refeições por dia + vegetais
  2. No almoço, substitui-se a refeição por peixe ou por carne
  3. Substituem-se duas refeições (almoço e jantar) por peixe ou carne

“Durante essas fases, suplementos de potássio, magnésio, vitaminas, sódio, cálcio e ômega 3 são dados de acordo com as recomendações nutricionais”, enfatiza a Dra. Paula. “Esta etapa é mantida até o paciente perder 80% de seu peso, podendo variar de 30 a 45 dias. Já para saber se o método é ou não indicado a você, é preciso uma avaliação médica. Idosos, adolescentes e pacientes com doença renal devem ter cautela e se consultar com um especialista de confiança.”

Embora a proibição a certos alimentos seja mais rigorosa na etapa inicial, progressivamente, estes vão sendo reintroduzidos na dieta, até se chegar a uma alimentação balanceada. O cardápio recomendado para o início da dieta é constituído por refeições que devem ser compradas e prescritas pelo médico, obedecendo a recomendações exatas que permitirão o processo de Cetose. “As refeições contam com proteínas de alto valor biológico”, diz a Dra. Paula.

Mas a especialista reforça: “É uma dieta muito difícil de ser seguida, pois a vontade de comer se mantém… O paciente precisa ter muita disciplina e estar realmente preparado.” A Dra. Paula também lembra que não se trata de uma dieta “barata”, o que requer algum planejamento por parte dos interessados, e que são recomendados, junto com a dieta em si, exercícios leves, como natação e caminhada (no início), e outros mais “puxados”, como musculação e corrida, quando o paciente achar que já se encontra em condições de se dedicar a eles. Água e chás sem açúcar também estão liberados e ajudam no processo de hidratação.

“Minha dica é que as pessoas comecem a dieta em períodos sem festas ou viagens à vista, para não caírem em tentação”, conclui a especialista. “E o mais importante: lembrem-se de que a fase de manutenção deve durar a vida toda, o que implica em uma autêntica reeducação alimentar.” 

Eficácia comprovada

Na “ponta do lápis”, quais são os benefícios promovidos pela Dieta Cetôgenica? A Dra. Paula Pires informa que uma prestigiada publicação norte-americana comparou uma dieta equilibrada de 1400-1800 calorias (50% de carboidratos, 15-25% de proteínas e 30% de gordura) com este método. E que, em todas as etapas, aferiu-se que:

  1. A perda de peso, em um período de 15 dias, foi o dobro; a perda de peso máxima foi conseguida após oito meses de dieta; e a diferença de peso entre os dois grupos foi de mais de 10kg, um ano depois.
  2. Ao final do estudo, 88,9% dos pacientes perderam mais de 10% do peso (comparado com 34,6% da outra dieta), com redução da circunferência abdominal em mais que o triplo. Um efeito muito maior do que o obtido com o uso de medicações para controle de peso.
  3. Não houve nenhuma redução significativa da massa magra, o que se deve à proteína de alto valor biológico.

Não faltam razões, portanto, para considerar aderir à dieta. Busque o aconselhamento de um bom profissional e… boa sorte!

Dieta de “fases”

Quer “embarcar” na Dieta Cetogênica? Então, além de seguir os conselhos da Dra. Paula Pires, prepare-se para encarar as três “frentes” desse método. Como já se salientou neste artigo, a primeira etapa é crucial, mas as demais também merecem atenção para que o processo seja completado com êxito. Vamos a elas?

Fase Ativa: dura de 30 a 45 dias (pode variar dependendo dos resultados) e contém, no máximo, 800 calorias. Esta é a fase de “Cetose”, na qual se observa a maior perda de peso. Os pacientes chegam a perder 80% do peso que queriam eliminar.

Reeducação: aqui, a Cetose é suspensa e o paciente vai incorporando gradualmente comidas naturais e saudáveis ao seu cardápio. A ideia é, aos poucos, voltar a uma dieta “normal” (de 1200-1800 calorias), balanceada e saudável.

Manutenção: é o “fecho” de todo o processo! A partir daqui, a dieta deve se manter balanceada e regrada, para que a pessoa conserve a silhueta obtida.

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