Estudos comprovam que o tabagismo está muito relacionado com o envelhecimento precoce da pele
Que o tabagismo está ligado às doenças cardiovasculares, pulmonares e até cancerosas, provavelmente você já tenha ouvido falar. No entanto, o que muitas pessoas não sabem, é que o cigarro também tem ligação com o aparecimento precoce de rugas. “O fumo é um dos principais fatores envolvidos no aparecimento precoce de rugas e flacidez, principalmente no caso de fumantes “pesados”, aqueles que fumam mais de 40 pacotes ao ano”, afirma Lucas Portilho, consultor e pesquisador em Cosmetologia, farmacêutico e diretor científico da Consulfarma.
De acordo com o especialista, o tabagismo é associado ao comprometimento da permeabilidade epidermal, ou seja, da primeira camada da pele. “E isso contribui para um aumento da prevalência de desordens cutâneas, uma vez que a nicotina – que é somente uma das substâncias tóxicas presentes no cigarro – estimula o estresse oxidativo e libera mensageiros que vão causar inflamação na pele e prejudicar a função da barreira. Isso compromete a hidratação e favorece o aparecimento de rugas e flacidez”, explica o pesquisador, enfatizando ainda que os efeitos do fumo no envelhecimento foram avaliados no norte da Finlândia, onde os danos cumulativos da exposição solar são baixos.
Além disso, Lucas cita que muitos estudos relacionam o fumo com condições dermatológicas agressivas, como o câncer de boca, o carcinoma celular escamoso, perda de cabelos, rugas e envelhecimento precoce, psoríase e Hidradenite supurativa (doença conhecida como acne inversa que causa nódulos em lugares como axilas ou virilha).
Ele ainda complementa e ressalta que o cigarro também pode causar alterações sanguíneas (com aumento da vasoconstrição e de danos à camada epitelial dos vasos), reações inflamatórias (com efeitos imunológicos que induzem inflamação – como dermatite e acne), e imunossupressão, que é causada pela nicotina e pode contribuir para infecção por HPV, melanoma maligno e tumores em mucosas. “Além disso, um estudo que avaliou 99 homens demonstrou que os fumantes pesados ( que consomem mais de 20 cigarros por dia) apresentam atraso na recuperação da barreira cutânea”, afirma.
Por fim, o especialista sugere que fumantes, além de buscar reduzir o consumo do cigarro, ou procurar um tratamento que auxilie parar de fumar, devem se consultar com um dermatologista para reforçar os cuidados com a pele, a fim de diminuir os danos causados pelo cigarro.