BICHECTOMIA: CIRURGIA DAS CELEBRIDADES

Texto: da Redação

Foto: Shutterstock.com

A bichectomia, cirurgia na região das bochechas, tem muitos adeptos. Isso porque ela retira da região lateral do rosto gordura localizada, dando um aspecto mais fino ao rosto das pessoas. Muito popular aqui e nos Estados Unidos, a cirurgia exige muita eficiência do médico que realizará a operação.

A face apresenta uma anatomia complexa. Entre sua estrutura, há diversos compartimentos de gordura, que funcionam como ‘coxins’ de proteção. Entre estes compartimentos, existe um que se estende quase que ao longo de toda a superfície lateral do rosto, desde a têmpora até próximo à mandíbula, recebendo o nome de Bolsa de Bichat. A região do “oco” da cavidade oral (região das bochechas) é onde apresenta maior espessura, podendo dar aspecto mais arredondado ao rosto. “A bichectomia é o nome dado à retirada cirúrgica de parte desse compartimento de gordura, visando modificar, ou afinar o contorno facial”, explica o cirurgião plástico Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada.

O médico alerta que apesar da grande euforia em torno do procedimento, a indicação ou não depende de avaliação presencial. “A princípio, homens e mulheres poderiam se beneficiar, estando desaconselhado o procedimento para pacientes abaixo dos 16 e 18 anos ou fora do peso ideal”, diz o médico.

 

A cirurgia

Quando a bichectomia é feita sem associação a outro procedimento, a cirurgia é intraoral. Como o compartimento de gordura a ser alcançado encontra-se em plano profundo (abaixo de estruturas nobres da região facial), o acesso através de pequena incisão na cavidade oral facilita sua identificação e manipulação, minimizando riscos.

“Os riscos são comuns a qualquer procedimento cirúrgico, além dos relacionados às peculiaridades locais. A região de acesso na cavidade oral fica próxima ao óstio do ducto parotídeo (por onde a saliva – secretada pela glândula parótida – chega à boca) e a ramos bucais do nervo facial, o que poderia favorecer lesão inadvertida destas estruturas. Outro ponto importante, em se tratando de cavidade oral, são os cuidados relativos à proteção da via aérea, vulnerável a líquidos ou fragmentos que porventura viessem a se deslocar posteriormente na boca, particularmente em pacientes com nível de consciência rebaixado. Daí a importância de o procedimento ser realizado por profissionais capacitados e em ambiente adequado”, afirma Ruben.

 

Caso alguma outra cirurgia que envolva uma incisão na pele esteja sendo feita, como o lifting facial, a bichectomia pode ser feita em associação. Nesses casos, quando a pele é levantada para que seja reposicionada, o cirurgião plástico já aproveita e remove as bolas de Bichat. “Como o lifting facial já é uma cirurgia que separa a pele do rosto dos músculos, é mais fácil fazer a bichectomia em associação a ela, no sendo preciso fazer a incisão intraoral”, explica Penteado.

 

A região onde estão localizadas as bolas de Bichat está próxima de duas das ramificações do nervo do trigêmeo, o ramo maxilar e o ramo mandibular. “Assim como vários outros nervos presentes no rosto, o nervo do trigêmeo é um nervo sensitivo que controla as sensações que se espalham pela face, enviando-as como mensagens ao cérebro. Caso o cirurgião plástico seja inexperiente e danifique esse nervo, pode causar problemas permanentes”, diz o médico.

 

Pós-operatório

 

Após a cirurgia, a dor não costuma ser importante. Edema e roxos podem durar de alguns dias a poucas semanas, variando caso a caso. O retorno às atividades normais, em geral, demora uma semana e a volta das atividades físicas depende da avaliação e indicação médica.

O resultado esperado após a bichectomia é um afinamento discreto do rosto. Pessoas com bochechas mais proeminentes podem notar um contraste e afinamento maior. Além disso, pessoas com o rosto mais cheio devido a taxas altas de gordura corporal podem não notar tanta diferença.

Segundo Ruben Penteado, caso o paciente tenha um aumento de peso relevante após a cirurgia, “poderá haver mudança do contorno facial por acúmulo em outras regiões suscetíveis a alterações de volume, mas dificilmente por recidiva da porção retirada da Bola de Bichat”, explica.

“É importante ressaltar que após os anos, o rosto começa a sofrer uma perda de gordura. Por isso mesmo, pessoas que se submetem a essa cirurgia podem precisar de preenchimentos posteriormente, para recuperarem uma aparência mais jovial”, destaca o médico.

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