SAÚDE & ESTILO

Por Eduardo Torelli

A expressão “se sentir bem com uma roupa” é antiga – mas só nos últimos anos essa ideia realmente ganhou o aval da ciência. É que a moda, fazendo eco a uma tendência que se estende a outros segmentos (incluindo a decoração e a arquitetura), foi se investindo de uma funcionalidade que levou o conceito de “vestuário” um passo além. Hoje, além de bonita, uma blusa, calça ou bermuda pode ser “saudável”. Sim – as peças em seu guarda-roupa podem ter propriedades que hidratam a pele, protegem contra os raios UV e ajudam a combater a celulite. Mas como essa “revolução” aconteceu?

Entre outros avanços importantes, o advento da nanotecnologia foi essencial para o surgimento desses produtos, por permitir a incorporação de determinadas substâncias aos fios e tecidos, os quais delegaram às roupas funções hidratantes, de proteção e até anti-dores.

“Essas substâncias podem ser agregadas durante a fabricação dos fios (especificamente no caso dos fios sintéticos) ou após a produção do tecido, na fase de beneficiamento – nesse caso, em qualquer tipo de fibra”, diz Fernando Barros, professor de Engenharia Têxtil do Centro Universitário da FEI. “As chamadas ‘roupas inteligentes’ certamente são uma tendência consolidada – e o conceito deverá se disseminar por outros tipos de tecido, além do vestuário, chegando às roupas de cama, cortinas, toalhas de banho etc.”

ROUPAS FUNCIONAIS

Obviamente, em um primeiro momento, este “plus” tornou o produto mais caro – mas, como sempre acontece com as tecnologias que se popularizam, o aumento da escala de produção se encarrega de ir derrubando os custos. Pode-se fazer uma analogia com os supertelevisores da atualidade, ou mesmo com os sistemas de ar-condicionado dos carros: os primeiros modelos eram caríssimos – hoje, porém, esses artigos estão ao alcance de quase todos os consumidores. As roupas com propriedades “funcionais”, portanto, tendem a se tornar cada vez mais comuns em nossas gavetas e closets.

E a nossa saúde agradece, já que são muitos os riscos a que estamos expostos no dia-a-dia – riscos, estes, que podem ter consequências mais sérias do que imaginamos, e que podem ser erradicados  pelo simples fato de usarmos a roupa certa na hora de ir trabalhar, “malhar” ou apenas passear com a família. Os raios solares, por exemplo, causam desde pequenas irritações a queimaduras mais graves e câncer de pele. Embora a luz solar seja importante para manter o status da vitamina D no organismo, o excesso deve ser evitado a todo custo. Para ajudar a controlar essa exposição, marcas como a Sun Cover desenvolvem linhas de roupas com fator de proteção ultravioleta, oferecendo estilo e bem-estar em um mesmo produto.

BERMUDAS ANTICELULITE 

Dores e celulite são outros aborrecimentos que podem ser atenuados pelas roupas inteligentes. A marca Invel é uma referência neste segmento, tendo registrado suas já famosas “bermudas anticelulite” na ANVISA em 2005. As peças começaram a ser comercializadas um ano depois. Já as roupas “anti-dores” surgiram em 2011 (segundo o fabricante, a linha é alicerçada em pesquisas conduzidas pelo Grupo de Dor do Hospital das Clínicas da USP).

Esses produtos incorporam o composto ativo MIG3, que melhora a microcirculação sanguínea. Com o uso de pelo menos oito horas diárias da Invel Actiive Shorts, por exemplo, consegue-se uma gradativa diminuição do enrijecimento do tecido conjuntivo-vascular (havendo uma melhora estimada de 19% no aspecto clínico da celulite grau II e III, segundo a escala de Curri, em 60 dias de uso). Do mesmo modo, a Invel Actiive Shirt pode ser utilizada como tratamento coadjuvante para dores lombares crônicas. O produto atenua a sintomatologia dolorosa, preparando a região afetada para a aplicação de outras terapias tradicionais e proporcionando um alívio temporário à dor.

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