DIABETES E CEGUEIRA: QUAL A RELAÇÃO?

Você sabe o que é diabetes? Bem, o diabetes é uma doença crônica que afeta o modo como o corpo processa o açúcar no sangue. Além disso, ele pode afetar diversos órgãos do corpo e, inclusive, os olhos. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Diabetes, há atualmente no país cerca de 13,4 milhões de pessoas com diabetes tipo 1 e tipo 2 – sendo boa parte economicamente ativa (entre 20 e 79 anos de idade) – e estima-se que, deste total, 90% deve desenvolver retinopatia diabética ao longo da vida.

Por isso pedimos ao doutor Paulo Augusto de Arruda, médico oftalmologista e vice-presidente da Regional Sudeste da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV), esclarecer algumas dúvidas quanto à doença. Segundo o médico, se o diabetes não for controlado desde o início existe a possibilidade do surgimento de edema macular diabético.  Já que o açúcar no sangue faz com que os vasos sanguíneos dos olhos não consigam reter líquido, levando ao inchaço da retinha e prejudicando a visão. “O edema macular diabético é a principal causa de cegueira irreversível em quem tem diabetes”, alerta.

O surgimento do edema macular diabético, ao contrário do que se imagina, não é uma doença ligada à idade. Adolescentes e adultos jovens podem desenvolver EMD, caso não tenham um bom controle de seu diabetes.“Muitos pacientes só descobrem que têm o problema quando já perderam a visão em um dos olhos. Por isso, é essencial que os diabéticos façam o controle clínico da doença ocular anualmente, visitando o oftalmologista para que possa realizar o diagnóstico precoce o mais cedo possível. Antes mesmo de qualquer alteração visual do paciente”, comenta o especialista.

Os principais sintomas da doença são perda da visão central, visão dupla, enxergar manchas pretas no campo visual, visão embaçada e cegueira. “A atenção deve ser redobrada, pois se trata de uma doença silenciosa, já que a perda visual progressiva é indolor e não traz indícios como olhos vermelhos ou secreções”, ressalta o oftalmologista.

E para ter um tratamento adequado é preciso um controle clínico rigoroso, se atentando a glicemia, pressão arterial e dos níveis lipídicos. Vale lembrar que qualquer tratamento aplicado pelo seu médico será especificamente para o seu caso. Atualmente o tratamento farmacológico é a terapia de escolha para a maioria dos casos.

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