Existem dois modos diferentes de vício. Muitas vezes, a palavra remete à primeira alternativa: o vício químico, provocado por droga, álcool, tabaco, medicamentos ou alimentos. Existe também o vício comportamental. Caracteriza-se pela compulsão por jogos, compras, sexo, internet, entre outros hábitos que causam dependência na pessoa afetada.
O cérebro possui um circuito neural chamado “sistema de recompensa”. Quando é estimulado de forma repetitiva, o próprio circuito retroalimenta o desejo de estimulação. A primeira etapa do vício é o desejo intenso. Em seguida, a abstinência: uma irritabilidade na falta do elemento. Por fim, a tolerância: qualquer dose ou porção de tal elemento é insuficiente, então o consumo se eleva de modo intenso e/ou frequente para obter sensação de prazer.
O médico psiquiatra Dr. Mário Louzã aconselha o tratamento rápido: “A primeira conduta é obter a “abstinência”, o que não é fácil, pois a síndrome de abstinência gera uma sensação de total desconforto pela falta do elemento. A vontade incontrolável de tê-lo novamente pode fazer com que ele o busque a qualquer custo, se não estiver 100% empenhado no tratamento”.
Por isso, a psicoterapia é uma grande aliada de quem precisa livrar-se de um vício: “A psicoterapia pode ajudá-lo também a entender a origem do vício, como lidar com os fatores que podem ter gerado este problema e quais alternativas adotar para se livrar do vício”. O ideal, ainda segundo o psiquiatra, é que a família participe da psicoterapia: “Ajudará a própria família a entender melhor o problema e a lidar com o dependente da forma mais acolhedora possível”.