Alopecia androgenética: na mulher, a calvície tem um peso maior e pode provocar uma baixa autoestima; já os homens lidam melhor com a situação porque têm melhor aceitação da sociedade
A alopecia androgenética, popularmente conhecida como calvície, pode até ser socialmente tolerada, no entanto, é temida – e muito – por homens e mulheres. E, apesar de ter seu início ainda na adolescência, o problema se mostra aparente mais tarde, por volta dos 40 ou 50 anos de idade.
As duas principais causas para a queda permanente de cabelos estão ligadas a hereditariedade e aos hormônios masculinos; juntos, esses dois fatores promovem a atrofia dos folículos (bulbos) capilares. Também podem contribuir para a queda dos fios, o excesso de oleosidade, típico da dermatite seborreica, aplicação exagerada de produtos químicos, distúrbios da tireoide, má alimentação, carência de vitaminas e uso de determinados medicamentos.
É fato também que a alopecia afeta homens e mulheres, porém de maneiras diferentes. Segundo números disponibilizados pela Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC), 50% das mulheres adultas têm pelo menos uma queixa em relação à queda de cabelos, a grande diferença entre ambos está na calvície. Nos homens adultos entre 18 e 50 anos, 50% sofrem com algum quadro de calvície; já nas mulheres esse número é bem menor, apenas 5% do público feminino apresentam um problema genético. Ainda de acordo com a SBC, a calvície feminina é a causa de 15% das cirurgias de transplante capilar e 40% dos tratamentos dermatológicos. Outro dado da Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que a calvície afeta cerca de metade dos homens até os 50 anos de idade.
Resgatando a autoestima
Descendente de alemães, a advogada Tânia Schneider, conta que em sua família a maioria dos homens é careca e as mulheres têm pouquíssimos cabelos. Ela, a exemplo de outros parentes, herdou a genética do pai. “Com o passar dos anos notei que o meu cabelo aos poucos estava diminuindo, mas não era uma queda dos fios a ponto de perceber, por exemplo, no travesseiro. Por outro lado, comecei a ter dificuldades de pentear ou até mesmo de fazer penteados. Foi nesse momento então que optei por uma prótese, que, na minha avaliação tinha um acabamento bacana e que me agradava muito, era firme na minha cabeça”, esclarece.
Passado algum tempo, a advogada percebeu que a prótese não apresentava os mesmos benefícios, já não era tão firme como antes. Preocupada com a situação pediu ajuda para a irmã. “Quando minha irmã levantou meu cabelo ela ficou assustada, estava com vários buracos no alto da cabeça. Na mesma hora procurei um clínico-geral, o qual me orientou a procurar um médico tricologista”, explica Tânia – e complementa que o problema havia sido agravado devido a um quadro de estresse, acelerando a queda capilar. “Voltar para casa naquele dia, e encarar essa nova realidade não foi nada fácil. A gente só dá valor ao cabelo que tem quando o perde”, emociona.
“Quando falamos da alopecia, precisamos sempre, em qualquer investigação de causa, primeiramente entender se a origem é de ordem biológica ou hereditária. Após eliminar esses dois fatores é que vamos, então, investigar outras causas, as quais podem estar ligadas a questões emocionais”, endossa o psicólogo Jânio Souza.
O que se sabe também é que, por trás da falta ou da queda de cabelos, movimenta-se um universo carregado de sentimentos capazes de interferir na forma como alguém se vê sem as madeixas, é uma questão de identidade. E, por via de regra, geralmente deixam as pessoas com baixa autoestima, com dificuldades de se relacionar socialmente e com medo de serem julgadas pela falta dos fios. Pode parecer exagero, mas não é. Juntos, esses medos exercem um impacto emocional significativo com os que sofrem com a queda capilar.
Os efeitos da alopecia são variados, no entanto podemos diferenciar os principais impactos no homem e na mulher. “O homem sofre menos com a falta dos cabelos porque tem melhor aceitação da sociedade, não é visto com aquele olhar torto, de julgamento e o aspecto pejorativo ficou no passado. Mas, claro que os transtornos existem, principalmente na cultura ocidental, quando há uma maior valorização dos cabelos. A questão é mais delicada para as mulheres, que veem o cabelo como uma espécie de moldura. Dessa forma, a falta deles é um elemento que pode provocar uma baixa autoestima, interferindo na valorização que a pessoa se dá”, avalia Jânio.
O sonho de ter cabelos continuava, e, a partir de pesquisas na web, a advogada tomou conhecimento da prótese realista e desembarcou em São Paulo para saber mais sobre a nova possibilidade de ter cabelos. E, para isso, raspar a cabeça era o de menos. “Se é preciso pode raspar a minha cabeça. Naquele dia saí de lá uma outra mulher, com um cabelo que eu sempre sonhei. Quem não me conhecia jamais diria que usava próteses”, conta.
E se a prótese realista estava de bom tamanho, o melhor ainda estava por vir. Certo dia, navegando na internet, uma matéria a qual citava o lançamento de um produto para calvície, pela UFMG, chamou a atenção de Tânia. “De imediato me interessei em saber mais sobre o tônico capilar e, embora dissessem que o meu caso não tinha mais recursos, eu precisava arriscar. Naquele mesmo dia comprei o SANCTIO e comecei a usá-lo. Na primeira vez notei que o meu cabelo não ficou ressecado (na verdade nem tinha mais cabelo, rs.), diferente de outro produto que usava, o que para mim já era uma grande vantagem, além de não ter um cheiro forte. Passei a usar sistematicamente, uma vez o dia, e o meu cabelo começou a nascer, via os bulbos brotando e era incrível. E, vendo aqueles fiozinhos nascendo comecei a cuidar deles com o maior carinho, nesse momento não podia mais usar a prótese uma vez que a mesma era fixa no couro cabeludo. Optei então por usar uma toca, para não prejudicar os fios que estavam crescendo. O uso sistemático foi o que resultou no cabelo que tenho hoje, com quatro meses de uso. Considero um presente de Deus, o SANCTIO foi um divisor de águas na minha vida, na história dos meus cabelos”, orgulha-se.
A história de Tânia pode ser a mesma de milhares de pessoas e, segundo o psicólogo, o potencial para gerar qualquer distúrbio, entre eles a calvície, está relacionado diretamente ao fator ansiedade. “Na mulher o impacto é muito mais forte, e isso tem a ver com a estética, beleza e a vaidade feminina. Diferentemente do homem, que tem maior aceitação da sociedade, por isso o público masculino lida melhor com a situação”, conclui.