Por:Carolina Fernandes Fotos:Shutterstock.com
A falta de desejo sexual feminino pode estar ligada a questões psicológicas ou emocionais
Podemos entender o desejo sexual feminino como sentimentos ligados ao pensamento e associados a sensações e emoções positivas aprendidas ao longo da vida, relacionadas ao prazer sexual.
O desejo sexual também pode ser compreendido, em outras palavras, como libido, apetite sexual, tesão ou motivação sexual. Todas estas nomeações significam que “o desejo sexual é um esquema regulador que media as necessidades físicas, as individuais e as sociais; e, por sua vez, é regulado por estas instâncias” (Rodrigues Jr, 2013). O desejo sexual é um estado subjetivo e pode ser desencadeado por percepções internas, como: lembranças, fantasias e emoções, que possibilitam o comportamento sexual.
Para que o desejo ocorra, é necessário que a mulher esteja fisiológica e organicamente saudável, com equilíbrio biopsicossocial, ambiente de qualidade e até com pensamentos eróticos que possam gerar o relacionamento sexual.
SEM MOTIVAÇÃO
Os aspectos psicológicos que mais afetam o desejo, ou que podem desencadear uma inibição de desejo sexual, são: ansiedade, depressão, vergonha, desinformação a respeito do próprio corpo e de sexo, estresse, fatores relacionais do casal, culpa, medo de engravidar, parafilias, educação religiosa rígida e várias outras questões que podem ser causadoras.
Hoje, com a vida agitada das metrópoles, as mulheres têm maior tendência a realizar mil coisas durante o dia, associando muito trabalho, casa, filhos e cursos de aprimoramento profissional. E a vida sexual fica em quinto plano, pois faltam estímulos ao longo do dia e falta tempo para encontrar a parceria, seja para almoçar durante a semana, entre um compromisso e outro, seja à noite, pois as demandas da casa tomam conta do tempo que resta antes do término do dia.
Sem que se perceba, o estresse vai se impondo – e então, falta aquela vontade de realizar pequenas atitudes prazerosas, prevalecendo apenas a determinação de resolver as pendências rapidamente, tomar um banho e dormir as poucas horas que restam, antes da batalha do dia seguinte.
O casal precisa lembrar-se da importância de encontrar tempo para sair, conversar e namorar, mesmo que seja uma vez na semana. Até porque esta pode ser uma ótima forma de cuidar do ritmo do relacionamento afetivo e sexual.
É de extrema importância que a mulher consiga compreender suas vivências sexuais de forma individualizada, pois muitas passam por situações semelhantes e não desenvolvem disfunções pelo fato de resignificarem os acontecimentos.
Temos, ainda, outros pontos que podem ser indicativos do baixo desejo sexual: mulheres que não aprenderam seus níveis de excitação sexual como percepção e sensação genitália, ou seja: não houve a aprendizagem masturbatória como forma de autoconhecimento individual.
A inibição de desejo sexual é comum na população feminina, visto que ocorre quando a mulher tem pouca vontade de obter relações sexuais, mas, às vezes, busca as atividades sexuais. Futuramente, falaremos sobre dois tópicos relacionados ao desejo (por sinal, temas bem interessantes): aversão sexual e compulsão sexual.
Para que o desejo sexual seja mantido, é relevante que a mulher esteja sempre em busca de reciclagem, como, por exemplo: utilizar estímulos eróticos para obter a fantasia, possíveis adereços eróticos, brincadeiras eróticas e uma boa comunicação com a parceria.
Contra a inibição de desejo, é essencial que haja uma consciência corporal e emocional, além de leituras específicas sobre o assunto em conjunto com o processo psicoterápico.