A busca por uma gravidez pode demorar semanas, meses ou anos. Com a especialista em reprodução humana Claudia Navarro, entenda os melhores períodos e formas de ajuda para engravidar
Quando foi que você se descobriu uma tentante e há quanto tempo vive nessa condição? Para algumas mulheres, do momento de decisão de se tornar mãe até a notícia da gravidez pode levar semanas, meses ou anos. A atual campanha da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida – SBRA, intitulada “Fertilidade. O tempo não para”, tem o objetivo de conscientizar a população sobre a preservação da fertilidade.
Segundo a especialista em Reprodução Assistida, Cláudia Navarro, como o próprio nome da campanha da SBRA diz, o tempo não para, principalmente para a mulher, e as chances de gravidez, mesmo com acompanhamento de um especialista, diminuem com o passar dos anos. “Sabemos que a não gravidez, após um ano de relações sexuais sem métodos contraceptivos, pode indicar infertilidade. A tentante precisa ter a consciência de que, detectado o problema, ela não deve demorar a buscar ajuda”, destaca a médica.
Então, quando buscar ajuda para engravidar?
“Atendo com frequência mulheres que, muitas vezes, já estão buscando uma gravidez há anos, mas nunca tinham se consultado com um profissional de reprodução assistida. O que preocupa é a demora para iniciar os exames e o tratamento adequado”, comenta Cláudia. A especialista revela ainda que é comum pacientes buscarem métodos alternativos ou especialistas de áreas distintas da Reprodução Assistida.
Para a SBRA, além de adotar hábitos saudáveis de vida e rotinas de acompanhamento médico mais frequentes, o momento ideal para realizar essa busca por um profissional é antes de completar 35 anos. “As mulheres nascem com um número de óvulos definido, estimam-se cerca de um milhão, e não produzem mais. Eles vão diminuindo ao longo dos anos. Após os 35 anos, essa queda acontece de forma exponencial”, explica Navarro.
Ainda segundo a especialista, diabetes, pressão alta e outras condições que complicam a gestação também são mais comuns em quem já passou dos 35 anos. Elas podem se exacerbar na gravidez, como, por exemplo,apré-eclâmpsia.
Gravidez tardia
Apesar dos riscos e de as chances irem diminuindo com o passar dos anos, é possível engravidar, mesmo quando atingir 40 anos ou mais. Masisso deve ser feito com cautela. “Óvulos mais velhos podem ter mais problemas cromossômicos, por isso aumentam as chances de defeitoscongênitos” pontua a médica. A gravidez pode ser possível com acompanhamento de especialista, utilizando tratamentos que estimulem a produção de óvulos, por exemplo, e técnicas de Fertilização in Vitro para casos mais específicos.
A médica ainda lembra que uma forma de preservação da fertilidade para mulheres saudáveis, que desejam engravidar mais tarde por opção, é o congelamento de gametas. “Dessa forma, a mulher pode congelar óvulos jovens e saudáveis e realizar uma Fertilização In Vitro quando desejar engravidar”, comenta.
“O mais importante é procurar o profissional certo: um especialista em Reprodução Assistida é quem vai dispor de conhecimento específico para indicar o melhor tratamento para cada caso”, alerta Cláudia Navarro.
Sobre Cláudia Navarro
Cláudia Navarro é especialista em reprodução assistida. Graduada em Medicina pela UFMG em 1988, titulou-se mestre e doutora em Medicina (obstetrícia e ginecologia) pela instituição federal. Atualmente, atua na área de reprodução humana, trabalhando principalmente os seguintes temas: infertilidade, reprodução assistida, endocrinologia ginecológica, doação e congelamento de gametas.