Pesquisa da USP aponta que manter a massa muscular contribui para o aumento da expectativa de vida
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Uma pesquisa da USP constatou que pessoas com pouca massa muscular têm mais chances de morrer. No caso das mulheres, o risco de mortalidade é 63 vezes maior. Dos homens, 11,4. Iniciado em 2005, o estudo, feito com base na análise de dados de 839 voluntários com mais de 65 anos, mostra que a quantidade de massa muscular influencia na longevidade dos indivíduos e constata: a prática de exercícios físicos é eficaz na manutenção da qualidade de vida e bem-estar de idosos. Os resultados foram publicados no periódico acadêmico Journal of Bone and Mineral Research.
Os primeiros dados são do período entre 2005 e 2007. Em 2011, foram registrados 132 óbitos. Ao analisar as causas de morte, os pesquisadores constataram que 43,2% envolviam indivíduos com problemas cardíacos, baixa frequência de atividade física e diabetes. As doenças cardíacas crônicas estão diretamente associadas à diminuição da produção muscular, por isso, os pesquisadores alertam que a prática de atividade física é essencial para o funcionamento cardiovascular.
Massa muscular
A perda de massa muscular e força na musculatura esquelética, também conhecida como Sarcopenia, começa após os 40 anos. Fatores como sedentarismo, dietas pobres em proteínas, doenças crônicas, hospitalização e ganho de peso contribuem para o agravamento do problema. Após os 50, a perda se intensifica chegando a 1% e 2% por ano.
Como forma de estimular a prática de exercícios e garantir um envelhecimento saudável, as ILPIs (Instituições de Longa Permanência para Idosos) têm desenvolvido uma série de atividades que promovem o bem-estar com foco em melhorar a vida de quem já chegou a fase de perda natural da musculatura, como é o caso da Cora Residencial Senior, que planeja atividades diárias que exercitam o corpo e a mente dos residentes, como pilates, ioga, caminhadas, alongamentos, danças, entre outras.
A residente Ana Benavente, 86, chegou a Cora após um episódio de desmaio que preocupou a família. “Eu morava sozinha em meu apartamento e acabava ficando muito sozinha. Meu filho tem os afazeres dele, viaja muito a trabalho. Quando escolhi viver no residencial, minha vida mudou, passei a fazer exercícios físicos, caminhadas, aulas de música, fisioterapia e também ter amigos para conversar e me acompanhar nas atividades. Isso incentiva a gente a fazer algo diferente, a se movimentar”, comenta.
Prevenção de problemas cognitivos
A prática de exercícios além ajudar na prevenção da perda de massa muscular, também favorece o lado cognitivo. “Sabe-se que a atividade física é importante para a manutenção da saúde do idoso, bem como sua capacidade funcional.
Nas últimas duas décadas foram publicados vários estudos que correlacionaram a atividade física com benefícios na cognição, diminuindo o aparecimento de síndromes demenciais”, informa a geriatra Dra. Ana Catarina Quadrante, que atua na Cora Residencial Senior – rede especializada na promoção de saúde, bem-estar e qualidade de vida de idosos.
Expectativa de vida
Com os aumentos da expectativa de vida e do número de idosos no Brasil, os cuidados são fundamentais para que no futuro o país não tenha uma porcentagem maior da população com problemas de saúde tanto físicos quanto mentais.
Recentemente, a OMS (Organização Mundial da Saúde), publicou um documento com diretrizes para estimular a longevidade. Dentre as recomendações fundamentais para o envelhecimento saudável estão dieta balanceada e prática de exercícios.