Por Júlia Arneiro Foto: Shutterstock.com
Diabetes gestacional é caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue durante a gravidez. O rastreamento deve ocorrer entre a 24º e a 28º semana da gestação. Mulheres obesas, fumantes, sedentárias ou com histórico familiar da doença têm maior predisposição a desenvolver a doença. “Não existem causas exatas para essa condição – não há como determinar por que ela surge”, afirma o Dr. Belmiro Gonçalves, diretor de eventos da regional de Campinas da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP).
Por se tratar de uma situação de alto risco, o acompanhamento da paciente deve ocorrer em ambulatórios especializados e ser feito por uma equipe multidisciplinar, com experiência e treinamento nos cuidados com a doença, incluindo enfermeiros, nutricionistas e terapeutas. Entre as conseqüências dos altos níveis de glicose, os fetos podem crescer demais. Para a mãe, há risco de hipertensão, iniciando com inchaço nas pernas (havendo a possibilidade de evoluir para um quadro de eclampsia). Pode acarretar, também, em parto prematuro e mortalidade materno-fetal, se não identificada e tratada precocemente.
“Indicamos um controle muito rigoroso com dieta, exercícios e, eventualmente, terapia com insulina. O que significa um maior número de consultas pré-natal do que as mulheres grávidas não diabéticas”, explica. Em muitos casos, a terapia nutricional é suficiente para manter os níveis de glicose equilibrados e o ideal é ter uma alimentação saudável também no pós-parto. Dificilmente a doença apresenta manifestações específicas. Sintomas como aumento da vontade de urinar, sensação de fraqueza e maior apetite também são próprios da gravidez. Somente o exame de glicemia de jejum pode confirmar o diagnóstico.
Durante a gravidez, a doença tende a piorar, caso não seja controlada adequadamente. Após o parto, os níveis de açúcar no sangue costumam voltar ao normal. Entretanto, o quadro pode se repetir em uma gestação futura. Se a mulher não perder o peso excedente, há a possibilidade de desenvolver o diabetes tipo 2 nos próximos dez anos, o que acontece em até 40% dos casos. Para evitar este quadro, diversas medidas são adotadas antes da gravidez em pacientes com fatores de risco. Uma delas é a prática de atividade física e uma alimentação saudável e equilibrada, evitando o consumo excessivo de carboidratos.