À FLOR DA PELE

Por Gabi Monteiro

Fotos: Istockphoto.com

O mundo moderno não inventou a vaidade. Longe disso: os antigos egípcios já tinham a maquiagem na conta de uma arte, utilizando artifícios rudimentares para sublinhar os contornos dos olhos. Já o batom e o rouge – ao menos, as primeiras e mais primitivas versões desses acessórios – surgiram na Grécia Antiga. De lá para cá, o popular “makeup” evoluiu em sintonia com outros campos do conhecimento humano. Proliferaram-se as cores e metodologias para embelezar ou ressaltar pontos da face. E, mais recentemente, um novo “ingrediente” foi adicionado à formulação dos cosméticos: propriedades ligadas à saúde e ao bem-estar.

Hoje, além do efeito estético, muitos desses produtos entregam outros benefícios, o que inclui: proteção e prevenção ao envelhecimento da pele, princípios ativos que combatem a acne e as alergias e afins. Ou seja: além de embelezar, eles podem ser amigos de nossa saúde. E as maquiagens “saudáveis” chegaram para ficar, já que, cada vez mais, cresce a aceitação e a busca por esses produtos. Eles podem ser encontrados nos portfólios de marcas como Avon, Natura, Boticário, Shiseido e outras grifes referencias do setor.

 

CADA PELE, UMA PELE

Muitos são os danos que o excesso de maquiagem convencional pode provocar em nossas peles. Isso depende, é claro, do modo como cada pele responde à aplicação de um produto. No caso de pele hipersensível, os produtos alergênicos são particularmente desaconselháveis, provocando dermatites de contato que podem requerer até tratamento médico. Outro efeito colateral indesejado é a obstrução dos folículos pilo sebáceos e dos poros, o que dificulta a saída de secreções naturais e favorece fenômenos inflamatórios, como o agravamento ou surgimento de acnes e a formação de cistos.

Entram em cena os cosméticos anti-idade, antiacne e hipoalergênicos, concebidos para atenuar esses efeitos. Suas formulações têm propriedades que mantém a cútis renovada ou inibem as erupções e irritações de pele. Porém, é bom lembrar: cada pele tem características específicas, razão pela qual, eventualmente, até esses produtos podem ser contra-indicados.

 

NATURAIS X SINTÉTICOS

“Existem condições de sensibilidade individual que devem ser consideradas”, diz o Dr. José Carlos Greco (médico dermatologista, farmacêutico e bioquímico, graduado pela USP – Universidade de São Paulo e especialista pela Associação Médica Brasileira). “Podemos lançar produtos com extraordinários efeitos terapêuticos, porém, nunca poderemos dizer que são isentos de efeitos secundários. O próprio termo ‘hipoalergenico’ define isto: ‘hipo’ quer dizer ‘pouca’ alergenicidade. Basicamente, não existe produto totalmente isento de efeitos alergênicos.”

Assim como não existem produtos que abdiquem 100% da química, o que inclui até a chamada “maquiagem mineral” (que, de tempos em tempos, repercute muito na mídia). “Tudo é química”, prossegue o Dr. Greco. “A diferença reside na obtenção dos produtos, ou seja: produtos naturais ou produtos sintéticos. Entretanto, mesmo quando lançamos medicamentos definidos como ‘totalmente naturais’, precisamos de adjuvantes, como conservantes, aromatizantes e corantes, que dificilmente não são sintéticos.”

 

ALÉM DAS CORES E DO ESTILO

Marcas importantes do setor, como a Avon, há tempos abraçaram a ideia de que a maquiagem pode e deve ter mais benefícios do que apenas colorir ou embelezar o rosto, a área dos olhos ou os lábios. “Não se trata de um modismo, mas de um benefício”, observa João Hansen, diretor regional de Assuntos Regulatórios e Desenvolvimento de Produtos da Avon. “E, com a evolução tecnológica, certamente novos ingredientes surgirão, tornando tais propriedades dos produtos cosméticos mais eficazes e oferecendo resultados ainda melhores.”

Ainda segundo Hansen, todas as linhas da Avon contém produtos que entregam mais do que resultados estéticos. A Renew, por exemplo, já está há algum tempo no mercado e faz sucesso entre as mulheres de pele madura. “Já a nossa linha de Maquiagem Avon tem produtos como o BB Cream, que entrega dez benefícios, entre estes, a hidratação”, prossegue Hansen. “E, mais recentemente, o CC Cream – que, além da cobertura de base, também ajuda a clarear manchas da pele e a diminuir as linhas de expressão.”

 

NO GOSTO DAS CONSUMIDORAS

Sem dúvida, as linhas de cosméticos que oferecem tais propriedades cativaram o gosto das consumidoras – inclusive as de nosso país. “As brasileiras já assimilaram os benefícios desses cosméticos”, prossegue Hansen. “Elas atentam à relevância de um filtro solar na formulação e à importância de um produto anti-idade, antiacne ou clareador de manchas solares. E não estão atentas, apenas, às novidades, mas à eficácia e à segurança desses produtos.”

Hansen conclui: “o mercado oferece linhas de maquiagem com proteção solar desenvolvidas e testadas para confirmar sua adequação a pessoas com pele sensível, por exemplo – mas, obviamente, tais pessoas devem procurar as razões desta sensibilidade”, conclui. “Se for sensível a algum ingrediente da fórmula, deverá evitar o uso do produto.”

 

CUIDADOS ESSENCIAIS

Outro toque importante: embora sejam aliados da saúde da pele, além da beleza, os cosméticos com propriedades anti-idade, antiacne ou hipoalergênicos não fazem “todo o trabalho” sozinhos. A consultoria de um dermatologista é sempre importante. E certos rituais e cuidados devem ser mantidos, para que a pele se mantenha sempre saudável e bonita. Uma hidratação adequada, por exemplo, é fundamental. Condicione-se a ingerir ao menos dois litros de água por dia.

“Além disso, há outros cuidados”, conclui o Dr. José Carlos Greco. “Não se deve lavar o rosto com água muito quente e recomenda-se a utilização de protetores solares diariamente, adequados ao seu tipo de pele. Já no caso de pessoas com peles mais oleosas, são necessários cuidados adicionais para manter os poros abertos e limpos. Sabonetes, adstringentes e agentes matificantes podem ser necessários. E, com o devido acompanhamento de um médico dermatologista, podem ser usados ácidos, esfoliantes e agentes anti-age, como tensores e anti-radicais livres.”

 

 

 

 

 

 

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