Por Flávio Vinte
Os conceitos de criatividade e proatividade estão cada vez mais em um uso no mundo dos negócios. A pessoa proativa é aquela que parte para ação, sem ficar esperando uma ordem ou orientação. Quem tem essa característica tende a procurar informações e oportunidades para estar sempre atualizado.
Já a criatividade, muitas vezes relacionada a grandes artistas e profissionais, diz respeito a idealizadores que resolvem problemas. Ser criativo significa pensar fora da caixa, ressignificar algo existente para se tornar mais produtivo com menos recursos.
Mas afinal, essas capacidades podem ser desenvolvidas? A resposta é sim. Cada pessoa tem facilidade com determinadas competências. Entretanto, nada impede que elas sejam aprimoradas. Inclusive, o segredo é estar sempre trabalhando para desenvolver o potencial ao máximo.
O primeiro passo já está dado, romper com o estigma de que apenas algumas pessoas nascem criativas ou proativas. Depois disso, é trabalho. Seja aberto a mudanças. Busque se autoconhecer, aperfeiçoar seus pontos fortes e reduzir os pontos negativos.
A mudança de atitude proporcionará a relevância tanto na vida profissional, quanto no lado pessoal. Em meio a tanta competitividade no mercado, ser o destaque é obrigatório.
Essa responsabilidade é ainda maior para empreendedores, que além da preocupação com outros funcionários, enfrentam a competitividade no mercado e a necessidade de inovação. Tornando a criatividade e a proatividade ponto de partida para qualquer iniciativa.
Atenção às demandas
Além de um mecanismo inicial, empreendedores consolidados também precisam estar atentos às demandas. A Kodak Company, empresa multinacional dedicada a produção e o comércio de produtos fotográficos, por exemplo, viveu momentos importantes e distintos no mundo dos negócios.
Em 1888, George Eastman, inventor do filme fotográfico, fundou a empresa. A partir daí a marca foi pioneira no segmento. Responsável por popularizar a fotografia para amadores, as câmeras foram ficando menores, a visualização prévia maior e as imagens com qualidades melhores. Com isso, a Kodak construiu seu império e colecionou patentes.
Um dos registros que trouxe lucro para a empresa foi o ramo digital. Ao contrário do que muitos pensam, a Kodak foi responsável pela primeira câmera digital, no ano de 1975. A evolução continuou, e os engenheiros da empresa, treze anos depois, criaram o primeiro equipamento DSLR (Digital Single-Lens Reflex), modelo que conhecemos agora, que salvava as imagens em cartões de memória. Entretanto, preso ao modelo de venda de filmes e a revelação destes, a empresa vetou o projeto.
Essa recusa custou caro para a empresa. Com o passar dos anos, a fotografia analógica cedeu espaço para a digital. Nesse momento outras empresas já haviam investido bastante no ramo, deixando o mercado de filmes obsoleto.
Isso reforça a importância da proatividade e da criatividade no universo do empreendedorismo. Em um mundo onde as inovações ditam ritmos, cada vez mais acelerados, a criatividade é imprescindível para não ficar estagnado. E para colocar as ideias e produtos em prática é preciso proatividade, ousadia e coragem para estar sempre à frente.
*Flávio Vinte, listado na FORBES Under 30 2019, é empreendedor, mentor e consultor de liderança