Mesmo no Verão, tem muitas pessoas que ainda não conseguem ter o bom hábito de beber água
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Manter-se hidratado é essencial para o funcionamento correto do nosso organismo. Afinal, cerca de 70% do nosso corpo é composto por água. Em bebês, este percentual pode ser ainda maior e chegar aos 80%. Nos primeiros seis meses de vida, o leite materno supre a necessidade da água que, aos poucos, começa a ser inserida na dieta, de uma forma progressiva.
Confira as dicas do Dr. Durval Ribas Filho, médico nutrólogo e endocrinologista, para que a água possa ser uma aliada na sua saúde.
Quando e quanto beber de água?
O consumo de água é fundamental. Mas deve se ter controle e não exagerar na quantidade, para obter todos os benefícios de uma boa hidratação, para limpar o organismo e contribuir para evitar desequilíbrios entre os órgãos. Não basta beber água apenas quando temos sede e em grandes quantidades, o que pode sobrecarregar o organismo. O ideal é ingerir várias vezes, com intervalos médios de duas horas, e porções de 300ml.
Qual o melhor horário para beber água?
Distribuir pequenas doses ao longo do dia é o ideal. Beber água cerca de meia hora antes das refeições pode auxiliar na digestão. A água ocupa espaço no estômago, contribui para reduzir a fome, por exemplo. De manhã, ao despertar, ajuda a ativar os órgãos tem efeito desintoxicante e à noite, antes de dormir, traz efeitos positivos para o aparelho cardíaco. Na prática de exercícios pode ajudar a repor perdas de líquido com a transpiração.
Água Natural ou com gás?
A preferência deve ser sempre por natural. Nosso corpo também absorve água dos alimentos, mas bebidas açucaradas, como refrigerantes, chás adoçados, néctares e refrescos prontos, não são as melhores fontes para repor o líquido perdido.
Para que serve a água no organismo?
A hidratação é de suma importância para que o corpo humano possa desenvolver, com eficiência, todas as funções biológicas. Estudos científicos mostram uma associação entre o grau de hidratação e algumas doenças, como distúrbios urológicos, gastrointestinais, circulatórios e neurológicos.
A boa hidratação ajuda a regular a temperatura corporal; contribui na desintoxicação do corpo; na absorção de nutrientes e digestão; na maciez da pele; no metabolismo celular, no bom funcionamento dos rins e numa melhor circulação sanguínea. A água também é essencial no processo de gestação, por compor o líquido amniótico que protege o embrião durante seu desenvolvimento.
Quais os sintomas da desidratação?
O baixo consumo de água pode dar sinais, desencadeando alguns sintomas de alerta como menos vontade de urinar, produzir menos saliva e até sentir tonturas, porque o cérebro está tentando se adequar à falta de líquido, além de dor de cabeça porque, ao redor do nosso cérebro, os vasos sanguíneos são muito sensíveis e podem reagir à mudança no volume sanguíneo e provocar as cefaleias.
Prisão de ventre e dores abdominais e dificuldades para evacuar, também podem sugerir desidratação. É uma manifestação do sistema digestivo, que não está funcionando adequadamente. Outras consequências da falta de água no organismo podem ser cansaço; dificuldade de emagrecer; envelhecimento mais rápido da pele; piorar a memória e raciocínio, além de menor desempenho escolar; sensação de boca seca; pele e olhos ressecados; perda de massa muscular.
Qual a importância da água para cada órgão?
A água faz parte da composição dos órgãos e é essencial para favorecer e facilitar um ambiente propício para a ocorrência de reações químicas e fisiológicas, pois tem ampla capacidade de atuar como solvente de substâncias como aminoácidos, vitaminas e minerais, facilitando sua utilização pelas células dos órgãos e tecidos.
PELE – O maior órgão do corpo humano, precisa estar hidratado adequadamente sempre, para desempenhar sua principal função de barreira protetiva. Ressecada ela é mais suscetível a ferimentos e entrada de agentes infecciosos. A relação pele-água é ainda mais estreita na sua função de regular nossa perda de líquidos, nas diferentes temperaturas e ambientes.
RINS – A água exerce papel primordial no funcionamento destes órgãos, que são responsáveis por eliminar as substâncias tóxicas do nosso organismo, pela urina. Quanto mais água ingerimos, maior será este fluxo e menores os riscos de infecção urinária, por exemplo. Se há falta de água no organismo, os rins podem ter dificuldade de funcionar.
APARELHO DIGESTIVO – A água é parte da composição dos sucos digestivos e da saliva, essenciais na quebra dos alimentos. Nos INTESTINOS contribui para manter suas mucosas hidratadas que garantem um funcionamento melhor e mais saudável. Também ajuda no amolecimento do bolo fecal, que facilita o processo de evacuação, o que pode evitar doenças inflamatórias intestinais e prisão de ventre. É importante na absorção de vitaminas hidrossolúveis, como as do complexo B e C.
CORAÇÃO – É o responsável por bombear o sangue para todo nosso corpo, no transporte de nutrientes e oxigênio, para outros órgãos e tecidos. Com pouca água no organismo, o sangue se torna mais viscoso o que obriga um maior esforço do coração, para fazer este bombeamento.
PULMÕES – Precisam de água para seu funcionamento, pois ela “hidrata” o sistema respiratório, ao tornar as mucosas mais úmidas e as secreções mais fluídas, facilitando sua eliminação e provocando uma “limpeza” e excreção de vírus e bactérias. Se a hidratação for insuficiente, as secreções podem “endurecer”, causando obstruções e dificultando a respiração.
MÚSCULOS – São formados essencialmente por água e precisam de nutrientes para que sejam funcionais. Quando desidratados, corre-se o risco de um desequilíbrio de minerais, como potássio e sódio. Daí surgirem aquelas famosas cãibras e sensação do músculo rígido, não só na hora dos exercícios, mas no cotidiano.
SANGUE – O plasma é constituído principalmente por água. Sua função é transportar oxigênio, para células e tecidos e metabólitos, até os órgãos responsáveis por sua eliminação. Este transporte fica comprometido quando há uma desidratação e o sangue se torna mais viscoso, “grosso”, o que também pode refletir num aumento da pressão arterial.
OSSOS – Vários danos podem ser evitados com a boa hidratação, como as lesões ósseas, provenientes de patologias como artrite e artrose, pois o consumo adequado de água contribui para a composição do líquido sinovial, encontrado nas articulações e que tem como função evitar o atrito entre os ossos.
Quais os cuidados com a hidratação de idosos e crianças?
Idosos – À medida que se envelhece as pessoas se tornam mais suscetíveis à desidratação, pela própria redução da capacidade do organismo para conservar a água. Além disso, a percepção da sede se trona menos aguçada e há uma menor resposta às mudanças de temperatura. Num estágio mais grave, a desidratação nos idosos pode provocar sede intensa, ausência de urina, respiração rápida e até alteração do nível de consciência e convulsões.
Mudanças na pele também podem ocorrer, além de queda na pressão arterial e risco de morte. O ideal é sempre motivar os idosos a consumirem água, mesmo sem estarem com sede. Pela manhã, antes e após o café e, ao longo do dia, em pequenas doses. Água de coco ou água aromatizada com frutas podem ser um estímulo ao consumo e devem ser intercaladas com água natural. O maior risco é para os idosos que vivem sozinhos e tendem a comer menos e não ter o benefício do líquido dos alimentos.
Crianças e bebês – têm maior tendência à desidratação porque sofrem, com mais frequência, de problemas como diarreia, febre e outras infecções. Como no seu organismo há uma proporção maior de água, a mínima perda de líquido, se não corrigida, pode provocar uma desidratação.
O Verão e férias também são combinações que podem resultar em um aumento de intoxicações alimentares, importante causa da desidratação infantil, se excluindo as infecções por rotavírus, mais comuns no inverno. A insolação é outro fator de risco. Por isso, todo cuidado deve se ter ao expor as crianças ao sol. E quanto menor sua idade, maior o risco de desidratação.
Em geral, o tratamento é um cuidadoso processo de reidratação e uma dieta leve, sempre com orientação médica. Choro sem lágrima, boca seca, hipoatividade, urina concentrada e em pouca quantidade e febre podem ser sinais de desidratação e merecem atenção.
Quais os riscos da desidratação?
A desidratação é uma consequência direta de um desequilíbrio, quando o corpo usa ou perde mais líquido do que é ingerido, causando dificuldade para o bom funcionamento dos órgãos.
É comum a perda de água pela urina, fezes, suor e mesmo sob a forma de vapor, quando respiramos. Ao mesmo tempo são perdidos também quantidades de sais minerais, essenciais para o nosso organismo, o que demonstra a importância de uma hidratação constante.
Sempre a melhor conduta é consultar um médico que irá avaliar o grau da desidratação e suas causas, mas neste processo devemos evitar bebidas alcoólicas, seja as destiladas ou fermentadas, porque o álcool é, de certa forma, um desidratante. Também não são recomendados alimentos de alta densidade energética, como doces, gorduras e chocolates e dar preferência para alimentos de baixa densidade energética, pois possuem maior quantidade de água, como frutas, verduras e legumes, como a pera e o chuchu, entre outros.