A pílula deve chegar às farmácias no máximo em 10 anos
Dentro de alguns anos, os anticoncepcionais também poderão ser utilizados pelos homens, como forma de prevenir uma gravidez fora de hora. A pílula já está em fase de testes e foi desenvolvida pelos pesquisadores da universidade de Washington, em Seattle, nos EUA.
Conhecida pelo nome químico: undecanoato de dimetandrolona (DMAU), o medicamento contém uma combinação de hormônios com o objetivo de inibir a produção de espermatozoides, pela inibição do eixo hormonal hipotálamo-hipófise-gonadal (HHG).
Segundo os estudos já realizados, ao contrário das tentativas anteriores de anticoncepcionais masculinos que provocavam inflamações no fígado e precisavam de duas doses diárias, o DMAU possui um ácido graxo de cadeia longa em sua composição, que garante a sua eficácia com um comprimido por dia.
De acordo com o urologista e andrologista Jorge Hallak, a previsão é de que o anticoncepcional masculino esteja à disposição no mercado em no máximo 10 anos. No entanto, ele alerta que métodos que focam no eixo hormonal trazem riscos de alteração temporária ou até mesmo permanente na função testicular.
O profissional ainda esclarece que as pesquisas mais promissoras focam em anticoncepcionais que não atuem no eixo HHG, mas no bloqueio de receptores na superfície do espermatozoide o que impede que ele reconheça o óvulo como alvo, impossibilitando assim o processo de fertilização.
Entretanto, o especialista acredita que a temática é importante para fomentar uma mudança de comportamento, em um cenário onde homens e mulheres possam dividir responsabilidades. “Essas conquistas farão com que os jovens e adolescentes do sexo masculino possam assumir o papel de protagonista na prevenção da gravidez, o que muda radicalmente a relação deles com a paternidade. Além disso, esse tipo de estudo amplia o debate e provoca uma reflexão sobre a saúde do homem, o que é extremamente positivo para homens de todas as faixas etárias”, ressalta o médico.