Texto: Camilla Lóes
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O tabagismo é uma discussão muito séria no mundo atual. Isso porque é a maior causa de morte registrada pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Aproximadamente 22 milhões de pessoas são viciadas em tabaco.
O fumo chega a matar cerca de 6 milhões de pessoas ao ano, são mais de 600 mil mortes de fumantes passivos, aqueles que são atingidos pela fumaça dos tabagistas.
A necessidade de conscientizar as pessoas é muito grande, pois a população sofre riscos eminentes por conta do uso do cigarro. “É imensa a responsabilidade dos fumantes, quanto ao esforço para abandonar um vício letal e muito prejudicial às suas famílias, à sociedade e ao nosso país, que gasta cerca de R$ 20 bilhões por ano para tratar doenças provocadas pelo tabagismo”, afirma o cardiologista e presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), Ibraim Masciarelli Pinto.
Em todo o Planeta, há cerca de dois bilhões de fumantes. “Se não forem tomadas providências, que dependem principalmente da consciência das pessoas, a epidemia será crescente e causará a morte de oito milhões de pessoas a cada ano até 2030”, alerta o cardiologista. “As preocupantes estatísticas da OMS, têm congruência com a realidade do Brasil, onde 10,8% dos habitantes, ou aproximadamente 22 milhões de indivíduos, são viciados em tabaco. O mais grave é que 31% das mortes atribuídas ao fumo passivo ocorrem em crianças, vítimas inocentes de um hábito insensato de adultos”.
A Lei Antifumo (nº 12.546/11) está em vigor desde 2011 e proíbe o uso de cigarro em locais públicos fechados. “No entanto, muito mais eficaz do que a legislação é o despertar da consciência. Um exemplo da importância da mudança de comportamento é o fato de 40% das crianças, em todo o mundo, estarem expostas ao fumo passivo em suas próprias casas, nas quais as pessoas são soberanas para tomar decisões”, pondera o médico.
POR QUE O TABACO MATA
Dr. Ibraim Masciarelli Pinto, explica que a fumaça dos cigarros contém 4,7 mil substâncias tóxicas. Somente no alcatrão há 40 compostos cancerígenos. A nicotina, a droga psicoativa do tabaco, aumenta a liberação das chamadas catecolaminas, como a adrenalina, noradrenalina e dopamina. Essas substâncias químicas contraem os vasos sanguíneos, aceleram a frequência cardíaca e, assim, são causadoras de hipertensão arterial. O monóxido de carbono (CO), ao entrar em contato com a hemoglobina do sangue, reduz a oxigenação, podendo provocar doenças como a aterosclerose, que obstrui os vasos sanguíneos, causando infarto e outros problemas cardiovasculares. Isto ocorre porque o CO2 e outros componentes do cigarro facilitam a instalação de um quadro inflamatório geral no organismo, uma condição que está por trás do desenvolvimento de muitas doenças, dentre elas a própria aterosclerose.
“Não é sem razão que o tabagismo tenha relação com mais de 50 doenças”, frisa o cardiologista, citando dados da OMS: o vício é responsável por 30% das mortes por câncer de boca, 90% por câncer de pulmão, 25% por doença do coração, 85% por bronquite e enfisema e 25% por derrame cerebral. “São inúteis medidas paliativas, como trocar o cigarro por charutos ou cachimbo. Os males de inalar a fumaça e as substâncias tóxicas são os mesmos. Por isso, é fundamental o esforço de cada um para largar de fumar, pois evitar a morte é um dever filosófico e ético de todos os que desfrutam o milagre da vida”, conclui o presidente.